Odontologia regenerativa: estudo em humanos testa células-tronco dentais na regeneração óssea

Odontologia regenerativa: estudo em humanos testa células-tronco dentais na regeneração óssea

Ensaio clínico na França vai investigar se regeneração óssea pode se beneficiar do uso de células-tronco dentais jovens

Quando se trata do uso de células-tronco dentais para regeneração óssea, os resultados em laboratório são extremamente promissores. No mês passado, mostramos aqui no blog como células-tronco dentais têm o potencial de ajudar pacientes com defeitos no osso alveolar, seja por causas genéticas ou por perdas ósseas após extração dental. Para realizar esse enorme potencial, no entanto, ainda faltam mais estudos em humanos. Um estudo em andamento em Nice, na França, pode nos deixar mais próximos do uso dessas células na prática clínica.

O estudo pretende desenvolver uma nova construção óssea pré-vascularizada a partir de células-tronco dentais. As células serão obtidas dos dentes do siso (terceiro molar imaturo) de adolescentes de 13 a 17 anos, e avaliadas em relação à sua capacidade de diferenciação em linhagens distintas. Os pesquisadores têm uma meta ambiciosa: diferenciar células-tronco dentais simultaneamente em células da linhagem osteoblástica (responsável pela formação de ossos) e endotelial (responsável pela formação de vasos sanguíneos).

Isso é importante porque uma das principais dificuldades na regeneração óssea é a formação de ossos adequadamente vascularizados. Para reconstruir um osso funcional, é necessário reproduzir a complexa organização tanto da matriz extracelular como do tecido vascular de suporte. Além disso, lesões ósseas podem ser extensas, e ossos são tecidos submetidos a estresse biomecânico constante. Sem aporte sanguíneo, células-tronco implantadas no local podem até se diferenciar em células ósseas, mas não conseguem sobreviver.

Nesse estudo, os pesquisadores vão analisar a diferenciação de células-tronco dentais em células osteoblásticas e endoteliais quando submetidas a dois meios de cultura diferentes, e investigar a proporção ideal entre os dois tipos. Se a técnica tiver bons resultados, ela pode ajudar a aposentar o uso de enxertos para regeneração óssea, e garantir ossos funcionais e livre de dores para todos os pacientes.

Fontes:
❏ Krishnan L et al. Vascularization strategies for bone regeneration. Ann Biomed Eng. 2014 Feb;42(2):432-44. Epub 2014 Jan 28.
❏ ClinicalTrials.gov [Internet]. Bethesda (MD): National Library of Medicine (US). Identifier NCT03194451, Dental Stem Cells and Bone Tissue Engineering (CELSORDINO)


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